Realizador, escritor e fotógrafo. O seu trabalho foca-se na complexidade das relações íntimas e na renovação do imaginário cultural português. Destacam-se as curtas-metragens Cenas de uma Vida Amorosa (2019) e Unicorn Hunting (2024), e as crónicas de viagem Ao Sul – Lisboa Istambul (2014) e Volta a Portugal em Eleições (2022).
Director, writer, and photographer. His work focuses on the complexity of intimate relationships and the renewal of the Portuguese cultural imagination. Notable works include the short films Scenes of a Love Life (2019) and Unicorn Hunting (2024), as well as the travel chronicles Ao Sul – Lisboa Istambul (2014) and Volta a Portugal em Eleições (2022).
Dança do Jogo da Roda da Vida é um ritual do futuro — uma proto-tradição para o fim ou o início do mundo.
Cruzando a prática comunitária, o cinema e a performance, DJRV é um projecto sobre identidade colectiva que tenta imaginar uma tradição ancestral para as comunidade do agora. Fantasia mascarada de documentário e utopia mascarada de tradição. E se uma tradição viesse até nós como algo vivo, adaptável à nossa realidade, e não como algo que cristalizou no passado?
A dinâmica de sonhar uma utopia e lhe inventar uma prática, a ousadia assumida de inventar uma nova tradição e de agir como se realmente fosse possível gravá-la no imaginário colectivo e assim alterar a textura de uma cultura, é, em certo sentido, o objecto deste projecto, a proposta anímica.
No ruído do nosso tempo surge a urgência de uma comunicação sem palavras, de uma hipótese de assimilação dos paradoxos com o corpo. No turbilhão de informação, de palavras, procuramos a informação silenciosa, a cura do corpo, nessa roda arcaica, ancestral, que nos faz sair dos nossos olhos individuais e nos dá a hipótese de fazer parte de um todo, essa roda que nos acompanha do primitivo contar de histórias à volta da fogueira, aos rituais religiosos, às danças tradicionais e até às actuais battles de hip-hop, essa roda em que nos transforma de individual em colectivo.
Dança do Jogo da Roda da Vida is a ritual from the future — a proto-tradition for the end or the beginning of the world.
Crossing community practice, cinema, and performance, DJRV is a project about collective identity that seeks to imagine an ancestral tradition today's communities. A fantasy masked as a documentary and a utopia masked as a tradition. What if a tradition came to us as something alive, adaptable to our reality, and not as something that crystallised in the past ?
Dreaming a utopia and inventing a practice for it, deliberate audacity to create new traditions and to act as if it were truly possible to embed it in the collective imagination and thus alter the texture of a culture, is, in a sense, the object of this project — the anima proposal.
In the noise of our time arises the urgency for communication without words, for a possibility of assimilating paradoxes through the body. In the whirlwind of information and words, we seek silent information, the healing of the body, within this archaic, ancestral circle that allows us to step out of our individual perspectives and gives us the possibility of being part of a whole — a circle that comes with us from our primitive tales around the fire, through religious rituals, traditional dances and contemporary hip-hop battles. A circle that transforms us from separate individuals into one collective.