(São Paulo/Lisboa, Portugal 1983)
Dançarina, coreógrafa e preparadora corporal, formada em Ballet Clássico e graduada em Dança pela UNICAMP/BR. Baseada em Lisboa desde 2020, participou do PACAP 4 – Programa Avançado de Criação em Artes Performativas (curadoria de João dos Santos Martins, Fórum Dança). É diretora e performer do espetáculo infantil KDEIRAZ e desenvolve Chorume e d a n ç a r i n a (série sobre o ‘ser intérprete em dança’). Atua em Chama Chama Chama (Josefa Pereira), Vastidão (Gustavo Ciríaco) e colaborou em Cyborg Sunday (Dinis Machado), Slaughter House (Saeborg) e Pass The Mic! (Ritó Natálio). É membro do coletivo Piscina, composto por 8 artistas responsáveis pela manutenção e curadoria de um espaço criativo e residências em Lisboa.
Em São Paulo, trabalhou com Cristian Duarte (Jamzz, Zoomzz, despedaNçada) e Clarice Lima (Bosque, Árvores, Bichos Soltos, Supernada), além de criações com Marta Soares, Elisabete Finger, Jorge Garcia, Cia Perversos Polimorfos e Naufus Ramirez Figueroa. Contemplada pelo Proac Primeiras Obras de Dança para seu solo Marcela Banguela. Preparadora corporal em Quando Quebra Queima (coletivA Ocupação, SP, 2015–2016).
Apresentou os seus trabalhos em Portugal, Espanha e Brasil.
https://nataliamendonca.hotglue.me/
https://www.instagram.com/natsmendonca/
(São Paulo/Lisbon, Portugal, 1983)
Dancer, choreographer, and movement coach, trained in Classical Ballet and graduated in Dance from UNICAMP/BR. Based in Lisbon since 2020, she participated in PACAP 4 – Advanced Programme in Performing Arts Creation (curated by João dos Santos Martins, Fórum Dança). She is the director and performer of the children’s show KDEIRAZ and develops Chorume and d a n ç a r i n a (a series exploring ‘being a performer in dance’). She performs in Chama Chama Chama (Josefa Pereira), Vastidão (Gustavo Ciríaco), and has collaborated in Cyborg Sunday (Dinis Machado), Slaughter House (Saeborg), and Pass The Mic! (Ritó Natálio). She is a member of the collective Piscina, comprising eight artists responsible for the maintenance and curation of a creative space and residencies in Lisbon.
In São Paulo, she has worked with Cristian Duarte (Jamzz, Zoomzz, despedaNçada) and Clarice Lima (Bosque, Árvores, Bichos Soltos, Supernada), as well as in creations with Marta Soares, Elisabete Finger, Jorge Garcia, Cia Perversos Polimorfos, and Naufus Ramirez Figueroa. She was awarded the Proac First Dance Works grant for her solo Marcela Banguela and worked as a movement coach in Quando Quebra Queima (coletivA Ocupação, SP, 2015–2016). She has presented her work in Portugal, Spain, and Brazil.
https://nataliamendonca.hotglue.me/
https://www.instagram.com/natsmendonca/
Conversas sobre espetáculos, do passado e do futuro, que costuram essa meta-peça. d a n ç a r i n a é um grande pot-pourri das danças da vida, revividas e re-imaginadas, a fim de pensar a reencenação ainda como um lugar de criação.
Não faz sentido pensar que, quando somos dirigidos por outra/o diretora/or, estamos apenas a reproduzir ou adivinhar o que esta/e propõe. Não sei se me considero uma diretora, mas sou, com certeza, uma intérprete. Chrysa Parkinson diz que ser intérprete "é uma identidade mais do que um papel".
A imaginação, o fogo e a ação nascem dos encontros. É um imenso prazer ser dirigida, vivenciar a imaginação do outro, fazer parte da construção dessa ficção, entrar e surpreender-me com o mundinho de outra pessoa, transformando-o num novo mundinho para mim. Um acúmulo de mundinhos ao longo da vida de intérprete.
Descobri que todos os meus vídeos da academia de ballet estavam no YouTube e comecei a re-dançar algumas coreografias. Organizei o que gostaria de reencenar, desde a primeira dança aos 6 anos até a última aos 41. Assim nasceu d a n ç a r i n a: um pot-pourri das danças da vida, revividas para pensar a reencenação como criação. Era minha maneira de estar sozinha, porém acompanhada de todos os encontros com diretores, coletivos, companhias, intérpretes e amigos.
d a n ç a r i n a seguiu até agora momentos de processo e, no Linha de Fuga, pretendo vivenciar em coletivo um trabalho a solo que nasceu do desejo de estar em coletivo. Surgiu de uma regra: tudo em cena enquanto movimento já foi dançado por mim. Esta regra pode ser reimaginada e reconfigurada como um grande quebra-cabeça. Resgatar memórias de corpo dançado – reativando afetos de momentos coletivos – é o cerne do trabalho. Mas não é apenas sobre o passado; como Manoel de Barros sugere em “Memórias Inventadas”, memória é também dispositivo de reinvenção de presentes e futuros.
Conversations about past and future performances that stitch together this meta-piece. d a n ç a r i n a is a large pot-pourri of the dances of life, revived and re-imagined, reflecting on reenactment as a space of creation.
It makes no sense to think that when we are directed by another director, we are merely reproducing or guessing what they propose. I am not sure if I consider myself a director, but I am certainly a performer. Chrysa Parkinson says that being a performer "is an identity more than a role".
Imagination, fire, and action are born from encounters. It is a great pleasure to be directed, to experience the imagination of another, to be part of constructing that fiction, to enter and be surprised by someone else’s little world, transforming it into a new world for myself. A collection of worlds accumulated over a lifetime as a performer.
I discovered that all my ballet school videos were on YouTube and began re-dancing some of those choreographies. I organised what I wanted to re-enact, from my first dance at age 6 to my latest at 41. Thus d a n ç a r i n a was born: a pot-pourri of the dances of life, revived to think of reenactment as creation. It was my way of being alone, yet accompanied by all the encounters with directors, collectives, companies, performers, and friends.
d a n ç a r i n a has so far existed in moments of process, and at Linha de Fuga I intend to experience, collectively, a solo work born from the desire to be in collective. It arose from one rule: everything on stage as movement has already been danced by me. This rule can be reimagined and reconfigured like a giant puzzle. Recovering memories of danced bodies – reactivating affects from collective moments – is the core of the work. But it is not only about the past; as Manoel de Barros suggests in Invented Memories, memory is also a device for reinventing presents and futures.