(Fortaleza, Brasil 1987)
Coreógrafo e Artista Visual. Tem interesse pelas relações no campo contemporâneo a partir da composição, improvisação, dramaturgia e encenação. Com foco em dança, artes visuais, arte tecnológica, arte sonora, instalações e processos imersivos, está à frente e desenvolve trabalhos/pesquisas na Plataforma Afrontamento. Vive em Fortaleza, Ceará/Brasil e possui conexões de projetos em Zurich, Suíça. Atualmente estreou a site-specific “AuibA” na Galeria da Liberdade. No centenário de Thomas Farkas, estreou a obra imersiva vídeo-sonora “Immersive Farkas” e compôs a obra imersiva na exposição “Vermelho Vivo – Amor e Revolução”, no Museu da Imagem e do som do Ceará (MIS-CE). Os seus espetáculos “Gente de Lá”, “Manifesto do Sonho”, “This is an emergency”, “Reza Caseira”, “Manifesto Papangú” e “MiRA” circulam atualmente por teatros, festivais e galerias nacionais e internacionais. Indicado ao Prêmio Pipa (2020), executou projetos contemplados no Rumos Itaú Cultural (2017-2018) e Funarte Artes Visuais – Periferias e Interiores (2017). Foi pesquisador na Fundação Biblioteca Nacional e Instituto Municipal Nise da Silveira ligado à Universidade Popular de Arte e Ciência (UPAC). É pós-graduado em Saúde Mental e graduado em Psicologia. Integra, também, a Cia. da Arte Andanças e uma rede de iniciativas e coletivos com ênfase em direitos humanos, periferia, juventude negra e contextos comunitários.
https://www.instagram.com/well.gadelha/
(Fortaleza, Brazil 1987)
Choreographer and Visual Artist. His work focuses on relationships within contemporary fields through composition, improvisation, dramaturgy, and staging. With emphasis on dance, visual arts, technological art, sound art, installations, and immersive processes, he leads and develops projects/research at Plataforma Afrontamento. Based in Fortaleza, Ceará/Brazil, he maintains project connections in Zurich, Switzerland. Recently, he premiered the site-specific work “AuibA” at Galeria da Liberdade. On Thomas Farkas’ centenary, he presented the immersive video-sound work “Immersive Farkas” and created the immersive piece for the exhibition “Vermelho Vivo – Amor e Revolução” at the Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS-CE). His performances “Gente de Lá,” “Manifesto do Sonho,” “This is an emergency,” “Reza Caseira,” “Manifesto Papangú,” and “MiRA” are currently touring theatres, festivals, and galleries nationally and internationally. Nominated for the Pipa Award (2020), he executed projects funded by Rumos Itaú Cultural (2017–2018) and Funarte Artes Visuais – Periferias e Interiores (2017). He has conducted research at the Fundação Biblioteca Nacional and Instituto Municipal Nise da Silveira, linked to the Universidade Popular de Arte e Ciência (UPAC). He holds a postgraduate degree in Mental Health and a degree in Psychology. He is also part of Cia. da Arte Andanças and a network of initiatives and collectives focused on human rights, peripheries, Black youth, and community contexts.
https://www.instagram.com/well.gadelha/
Criação cénica em desenvolvimento que emerge da imagem de um corpo que nasce sem cabeça — referenciado no itan de Oxaguiã — que precisa atravessar o mundo para se constituir.
A pesquisa parte da imagem fundadora da cabeça de gelo para explorar incompletude, fragmentação e contenção como condições políticas e estéticas. Aquela é metáfora de um corpo tensionado: entre a necessidade de arrefecer para sobreviver e o desejo de queimar para existir. Três materialidades — vidro, madeira e arame farpado — são escolhidas pelo seu poder simbólico e físico, formando o vocabulário dramatúrgico da investigação, exploradas no uso cénico e na escuta sensorial e poética. Em 2022, a imersão em montanhas de gelo permitiu experienciar o frio como presença física e simbólica: desacelerador, exigindo economia e convidando à escuta profunda. É nesse ambiente rarefeito que a criação se desdobra, tornando visíveis rachaduras, pausas e hesitações.
A amizade é compreendida não como vínculo afetivo evidente, mas como prática política frente a um mundo marcado por inimizades, muros e medo. kbça de gelo propõe uma estética de cuidado, partilha e escuta, atravessando a experimentação não para se afirmar, mas para se deixar afetar, desmontar e recompor. A amizade atua como resistência à hostilidade sistémica, abrindo fissuras nos cercamentos e apostando em outros modos de relação — entre artista e matéria, crítico e público. Este projeto transcende o solo: é uma travessia coletiva.
A scenic creation in development that emerges from the image of a body born without a head — referenced in the itan of Oxaguiã — that must traverse the world to become itself.
The research starts from the founding image of the ice head to explore incompleteness, fragmentation, and containment as political and aesthetic conditions. It is a metaphor for a body under tension: balancing the need to cool down to survive with the desire to burn to exist. Three materials — glass, wood, and barbed wire — are chosen for their symbolic and physical power, forming the dramaturgical vocabulary of the research, explored both scenically and through sensory and poetic listening. In 2022, an immersion in icy mountains allowed him to experience cold as a physical and symbolic presence: slowing time, demanding economy, and inviting deep listening. In this rarefied environment, the creation unfolds, making cracks, pauses, and hesitations visible.
Friendship is understood not as an evident affective bond but as a political practice in a world marked by enmity, walls, and fear. kbça de gelo proposes an aesthetic of care, sharing, and listening, navigating experimentation not to assert itself, but to be affected, deconstructed, and recomposed. Friendship operates as resistance to systemic hostility, opening fissures in enclosures and fostering alternative modes of relationship — between artist and matter, critic and audience. This project goes beyond a solo: it is a collective journey.