CANDIDATURAS ABERTAS :: LABORATÓRIO INTERNACIONAL DE CRIAÇÃO ARTÍSTICA
APPLICATIONS OPEN :: INTERNATIONAL LABORATORY OF ARTISTIC CREATION
No items found.
No items found.

  

LINHA DE FUGA

LABORATÓRIO INTERNACIONAL DE CRIAÇÃO ARTÍSTICA

A Performatividade da Amizade

8 a 30 de novembro de 2025

Coimbra, Portugal  

  

Período de candidatura: 1 a 31 de maio de 2025

Apresentação

Em 2025, LINHA DE FUGA promove a quinta edição do Laboratório Internacional de Criação que junta criadores, artistas e pensadores de diferentes países, num campo de criação e experimentação, aprendizagem e partilha de conhecimento coletivo. Realiza-se em Coimbra, entre 8 e 30 de novembro. Durante três semanas, es participantes terão acesso a espaços de trabalho, a workshops de práticas artísticas, a mentorias e olhares críticos que acompanham o laboratório. Acontece ao mesmo tempo que decorre o Festival (6-30 novembro) com uma programação de espetáculos, encontros e conversas aos quais es artistas participantes podem assistir gratuitamente e onde abrimos também a possibilidade de apresentações dos seus processos em trabalho. 

Perfil Candidates

O Laboratório é direcionado a profissionais das artes com um percurso mínimo de criação de duas peças e sem limite de idade. Procuramos artistas que queiram iniciar, desenvolver, expor os seus processos e interagir com a crítica aos seus trabalhos, tanto pelos seus pares como por parte do público. 

Existe ainda nesta convocatória, um lugar para artistas interessades em pensar e praticar o arquivo do Laboratório a partir de uma perspetiva subjetiva e crítica, com a intenção de devolver à sociedade a sua visão sobre o que significa documentar o efémero e as práticas de transmissão de conhecimento desenvolvidas neste âmbito artístico. 

No caso de candidaturas coletivas, os interessades devem efetuar candidaturas separadas e mencionar os nomes des outres elementos que fazem parte do projeto.

Metodologia  

O Laboratório vai reunir até 12 participantes/criadores que se devem apresentar a esta convocatória com um trabalho em processo, uma proposta de investigação, uma prática artivista — que pode estar em diferentes estágios de desenvolvimento — que pretende pensar a amizade e a sua performatividade enquanto terreno de construção e resistência coletiva. De que forma a amizade nos dá mais força para lidar com o mundo? Quais os atos performáticos necessários para que a amizade não se cristalize e comercialize? Como podemos chamar a atenção para a importância da amizade através da arte? São estas algumas das questões que queremos responder através de processos, práticas e investigações artísticas. Candidates a arquivistas deverão considerar como proposta a relevância de arquivar e disseminar eventos desta natureza, considerando o tema em discussão este ano e  estar disponíveis para o desenvolvimento desta documentação/arquivo para lá da data do laboratório (ver aqui resultados das edições anteriores).

Concebido como espaço de criação mas também de troca, pensado como uma Zona Autónoma Temporária, segundo o conceito de Hakim Bey, o laboratório tem momentos de trabalho coletivo e períodos de trabalho pessoal com diferentes formas de fazer. 

Esta metodologia permite, por um lado, o desenvolvimento de processos pessoais de criação e investigação, acompanhados, sempre que solicitados, pelo olhar crítico pessoal de Carolina Campos, artista convidada para acompanhar e questionar individualmente os artistas e projetos selecionados; mas também aproveitar a presença de outros artistas do festival para conversas individuais, assim como promover a interação com os seus pares. O laboratório coloca à disposição des criadores vários espaços de trabalho que devem ser geridos por todes, de acordo com as características dos seus projetos.

Tema  

Desde 2018 que Linha de Fuga propõe a discussão de um tema à volta de cada edição que vai evoluindo numa narrativa lógica sequencial com o intuito de evidenciar a importância do coletivo na sociedade e a forma de relação com a arte. A quinta edição, a realizar em Novembro de 2025, será dedicada ao tema «A Performatividade da Amizade».

Vivemos num mundo cada vez mais fragmentado e acelerado. Falta-nos tempo para cultivar estados mais profundos do nosso ser e contexto. Somos amigos de todes nas redes sociais, da mesma maneira que odiamos muitos sem saber porquê. Vemos políticos sem ética usar a palavra amizade como moeda de troca e o mundo das relações a degradar-se a favor de um capitalismo cada vez mais desenfreado.

Por isso propomos voltar a olhar a amizade na sua verdadeira essência, sem a estabilidade ou segurança de um contrato social, sem a cristalização de um like, love, lol, hate que esquecemos passados 5 minutos. 

Vamos falar de amizade como um ato de resistência e cuidado, uma prática que se faz na tridimensionalidade da presença planetária, na continuidade do tempo e no seu cultivo. E falamos de performatividade da amizade porque sabemos que ela acontece no fazer, no estar juntos, no ser vulneráveis e permitir a exposição ao outro, tal como defende a filósofa catalã Marina Garcés.

A amizade lida com incertezas, fragilidades e risco, mas também resgata a ideia de comunidade, não é uma moeda de troca, mas – parafraseando Bell Hooks - uma prática radical de cuidado, uma ética do ser em conjunto, com o outro e com a sua diferença, com a sua vulnerabilidade e com a nossa capacidade de estar presente de forma consciente, de conseguir integrar um sistema de troca de fluídos e ideias sem hierarquias. E a amizade é performativa porque se faz e se refaz cada dia, com cada escolha, com a consciência do cuidado e respeito necessário para tal.

A performatividade da amizade é um ato político, propõe-nos sair do estado individualista para passar para o espaço coletivo. Ao tomarmos a amizade como uma prática ética, comprometemo-nos com os outros e resistimos a um sistema que nos quer sós, separades, fechades nos nossos próprios medos. A amizade é, antes de tudo, um ato de extensão da nossa própria liberdade porque nos permite ser vulnerável, estar em comunidade e arriscar na relação com o outro, sem ter que seguir regras que nos definem formas de atuar previsíveis, permite a improvisação e educa-nos para acolher o desconhecido.

A performatividade da amizade hoje é uma prática de liberdade, de responsabilidade e de criação do comum — um dos atos mais profundos de resistência e de cuidado com a vida.

O Laboratório Internacional de Criação é uma iniciativa de Linha de Fuga – Associação Cultural, com financiamento do Município de Coimbra, em parceria com (e a decorrer em) vários espaços e organizações de Coimbra. 

Linha de Fuga é uma estrutura financiada por República Portuguesa – Cultura | DGArtes – Direção Geral das Artes.

Informações Práticas

Data limite de candidatura:

31 de Maio de 2025

Informação sobre seleção de candidates:

18 de Junho de 2025

Como se candidatar: 

Interessades devem preencher o formulário disponível aqui.

Versão EN
Versão ES

Condições de candidatura:

As bases da candidatura (disponíveis aqui) devem ser lidas antes de preenchimento do  formulário. 

Inscrição para selecionades:

300€ (inclui acesso a todos os workshops do laboratório e aos espetáculos do festival + uma refeição por dia durante todo o período do Laboratório). 

Bolsas:

Linha de Fuga tem a possibilidade de oferecer algumas bolsas aos candidatos selecionados, quando a situação for bem justificada. No formulário de candidatura devem ser apresentadas as razões da necessidade da bolsa. 

Oficinas 

Antonio Tagliarini (IT)

Um olhar sobre o ato criativo, entre o rigor e a liberdade

O ponto de partida para estes dias de pesquisa são algumas das reflexões que o teórico queer Jack Halberstam abriu sobre o conceito de fracasso no seu livro “L'arte queer del fallimento” (Minimum Fax, 2022) e que informaram a escrita dramatúrgica de “La foresta trabocca”.

Como, a partir de práticas de improvisação, é possível produzir material dramatúrgico que, colocado lado a lado e em camadas, pode abrir novos espaços e novas temporalidades? Entre o rigor e a liberdade, o material produzido passará de um participante a outro e depois retornará à sua origem, em um processo contínuo de transformação, expropriação e aprofundamento. Imaginaremos juntos uma cena porosa e habitável, onde o interior informa o exterior e vice-versa.

Autor, encenador e performer. O seu primeiro amor — e, consequentemente, a sua formação — foi a dança contemporânea e a arte performativa, que marcam profundamente a sua relação com a criação cénica. Só mais tarde começou a estudar e a aprofundar-se na arte mais estritamente teatral.
É autor e intérprete de diversos espectáculos e performances, apresentados em inúmeros teatros e festivais, tanto em Itália como a nível internacional. Entre os mais recentes destacam-se: La foresta trabocca (novembro de 2024, Triennale Milano, Milão); Pairadaëza (novembro de 2024, Festival Danae, Milão); Paesaggi condivisi, versão italiana da performance de Sofia Dias e Vítor Roriz (junho de 2024, ZONA K e Piccolo Teatro, Milão); Un’andatura storta ed esuberante (maio de 2023, Festival FOG – Triennale Milano, Milão); a walk in a supermarket, em coautoria com o colectivo Rimini Protokoll (2021); Show (2007 / Be Festival Best Play Award 2014, Birmingham); Provisional title: untitled (2005); Freezy (2003). Há vários anos que realiza masterclasses, oficinas e projectos de orientação dirigidos a artistas, encenadores e artistas visuais. Entre os mais recentes contam-se: mentoria em dramaturgia para a peça Estamos todos em perigo (2025), de Claudia Caldarano, e para a companhia vencedora do concurso Biennale College Teatro (2023, Biennale Teatro, Veneza); oficina sobre encenação, teatro e artes performativas (2022–2023, Università Iuav, Veneza); oficina com alunos do terceiro ano (com Daria Deflorian, 2022, Accademia Nazionale d’Arte Drammatica Silvio d’Amico, Roma), que resultou no espectáculo Senza trama e senza finale (Festival de Spoleto); masterclass integrada no Biennale College Teatro (com Daria Deflorian, 2022); e ensino com alunos do terceiro ano (também com Daria Deflorian, 2019–2020, Accademia Nazionale d’Arte Drammatica Silvio d’Amico, Roma).

Carolina Campos (BR/ES)

Práticas de acompanhamento

Carolina Campos dedica parte da sua prática artística ao acompanhamento de processos de criação. É em torno desta experiência de escuta, observação e atenção e deste lugar privilegiado de poder visitar a "casa" de artistas de diferentes gerações, discursos e formas de fazer, que esta oficina será organizada. Tratando de traçar duas linhas erráticas e não lineares – a dos processos e a da sua perspectiva quando está em «situação de acompanhamento», o grupo irá olhar para o interior dos processos de criação e refletir sobre as condições necessárias para que as obras possam existir.

Carolina Campos é brasileira e vive em Barcelona. Desenvolve a sua prática entre a performance, a dramaturgia, o acompanhamento artístico, a curadoria e a pedagogia. Em 2024, publicou o livro "Interrogar el Acompañar" pela Impremta Oberta (L.I.O.). Foi co-curadora do PACAP5 no Fórum Dança. Realiza oficinas e tutorias em instituições como o Institut del Teatre, La Capella e a Fundação Brossa, em Barcelona. Coordena, participa e investiga em projetos pedagógicos como o Projeto Z/Graner, COCO/La Poderosa, Matéria Leve e Dar Corpo/ retrospectiva de João Fiadeiro no CCB. Acompanha artistas como Calixto Neto (BR/FR), Elena Carvajal (ES), Sara Manubens (ES), Amador Alina Folini (AR/PT), nyamnyam (ES), Joaquín Collado (ES), Volmir Cordeiro (BR/FR), Constanza Brnčić Monsegur (ES), Julian Pacómio (ES), Adaline Anobile (SE), entre outres. Com Márcia Lança, criou as peças É Só Um Dia (2022), Outro Lado É Um Dia (2021) e Nome (2017). Com João Fiadeiro, criou Ça Va Exploser (2020) e fez assistência de direção em De Perto Uma Pedra (2018) e O Que Fazer Daqui Para Trás (2015). Foi artista residente no Graner (2022), La Escocesa (2021–2022) e La Caldera (2019). É uma das colaboradoras mais próximas no desenvolvimento da Composição em Tempo Real, investigação impulsionada por João Fiadeiro desde 2012. No Brasil, integrou a Lia Rodrigues Cia de Danzas entre 2008 e 2011. Frequentou o Programa de Estudos Independentes do Museu de Arte Contemporânea de Barcelona. Atualmente realiza o Mestrado em Produção e Investigação Artística na Universidade de Barcelona.

Júri 

Catarina Saraiva (PT)

curadora, produtora e investigadora em artes performativas

É curadora, produtora e pesquisadora de artes performativas. Em 2009, após 10 anos na direção do Alkantara (Lisboa), tornou-se nómada e curadora em vários projetos como El Ranchito - El Matadero em Espanha, Festival Panorama no Brasil, Movimiento Sur no Chile. De regresso a Portugal em 2016, foi curadora do Festival Verão Azul até 2021. Em 2018 funda Linha de Fuga - laboratório de criação e festival internacional de artes performativas e cujo âmbito tem vindo a crescer no apoio à criação nacional e intrnacional e na capacitação de agentes e profissionais locais. Também faz assessorias artísticas e apoio dramatúrgico a artistas e organizações artísticas entre a Europa e a América do Sul.

Claudia Ganquin (AR)

coreógrafa e performer

Coreógrafa e performer. A sua atividade centra-se no campo da investigação cénica, na consultoria artística e na orientação de oficinas de formação interpretativa.

Trabalha e investiga em colaboração com outros coreógrafos e artistas. Desde 2007, está ativa no domínio da criação coreográfica e na gestão independente através da plataforma GABINETE COREOGRÁFICO, promovendo diversas experiências de dança em diálogo com outras linguagens artísticas. Desde 2016, coordena juntamente com o artista plástico Juan Gasparini o ciclo de investigações performativas BICÉFALOS (www.bicefalos.ar), e desde 2017, o projeto PROCESSOS COLABORATIVOS DE INVESTIGAÇÃO EM DANÇA, que reúne coreógrafos da região da Patagónia.

É diplomada pela Escuela Experimental de Danza Contemporánea (EEDC) e concluiu a pós-graduação em “Especialização em Tendências Contemporâneas em Dança” na Universidade Nacional das Artes (UNA). Possui ainda conhecimentos nas áreas de cinema e arquitetura.

Masu Fajardo (ES)

coreógrafa

Coreógrafa canária. Estudou dança clássica e contemporânea em Tenerife e Barcelona (2002-2012). Começou a criar peças em Tenerife com a companhia Nómada

e depois de forma independente, vencendo o Prémio Jovem Intérprete Canário (Masdanza), que lhe permitiu estudar em Amesterdão (SNDO). A partir de 2005, em Barcelona, colaborou com Carmelo Salazar, Dominik Borouki e em Estrasburgo com Olga Mesa. Com a companhia Konic Thtr apresentou-se no México, Moscovo,

Marrocos, França, Sicília e Nova Iorque. Foi artista selecionada no Mugatxoan 2010 e residente em espaços como Hangar, La Poderosa, L’Estruch, TEA Tenerife e Solar. As suas obras foram apresentadas nas Canárias e internacionalmente.Foi curadora no festival SITIO Tenerife (2015), dirigiu o “Espacioenblanco” (2016-2020), e programou “The Future is Late(r)” (2018) e “Otros cuerpos” (2020-2022). Atualmente é co-curadora do programa “Por Asalto” 2025 (TEA Tenerife). Está a desenvolver a peça “Desmorir”, em residências no Auditorio de Tenerife (2023), La Caldera (2024), Linha de Fuga (Coimbra) e La Poderosa (2025).

Linha de Fuga

INTERNATIONAL LABORATORY OF ARTISTIC CREATION

The Performativity Of Friendship

8 to 30 November 2025

Coimbra, Portugal  

 

Application period: May 1st to 31st

Presentation

In 2025, LINHA DE FUGA presents the fifth edition of its International Creation Laboratory, which brings together creators, artists, and thinkers from different countries into a space for creation, experimentation, learning, and collective knowledge sharing. It takes place in Coimbra from November 8 to 30. For three weeks, participants will have access to workspaces, artistic practice workshops, mentoring, and critical feedback throughout the laboratory.

The laboratory runs simultaneously with the International Festival (November 6-30), offering a program of performances, meetings, and conversations. Participating artists may attend all events free of charge and are also given the opportunity to share their works in progress.

Applicant Profile 

The Laboratory is aimed at art professionals with a minimum of two created works, with no age limit. We are looking for artists who want to start, develop, or share their processes and engage with critical feedback—both from their peers and from the public.

Additionally, this open call includes one position for an artist interested in documenting the Laboratory from a subjective and critical perspective, intending to reflect back to society their view on what it means to document the ephemeral and to transmit knowledge in the artistic field.

In the case of collective applications, each member must apply individually and mention the names of the other members involved in the project.

Methodology  

The Laboratory will bring together up to 12 participants/creators, who must apply with a work in progress, a research proposal, or an artivist practice—at any stage of development—that seeks to explore friendship and its performativity as a ground for collective construction and resistance. How does friendship strengthen us to face the world? What performative acts are necessary to ensure friendship does not become stagnant or commodified? How can art bring attention to the importance of friendship? These are some of the questions we aim to explore through artistic processes, practices, and research.

Applicants interested in the documentation role should submit a proposal that addresses the significance of archiving and disseminating events of this nature, while considering this year’s theme. They must also be available to continue developing the documentation/archive beyond the laboratory dates (see previous editions' results here).

Conceived as a space for both creation and exchange, and inspired by Hakim Bey’s concept of a Temporary Autonomous Zone, the Laboratory includes moments of collective work and periods of personal creation, allowing for different working methods.

This methodology supports the development of individual processes, with optional one-on-one critical mentorship by the artist Carolina Campos, who is invited to follow and challenge each selected participant. It also promotes engagement with other festival artists through informal conversations, and peer interaction is encouraged. Workspaces will be available for use and should be managed collectively, according to each project’s specific needs.

Theme  

Since 2018, Linha de Fuga has proposed a central theme for each edition of the Laboratory, evolving logically with the aim of emphasizing the importance of collectivity in society and how we relate to art. The fifth edition, to be held in November 2025, is dedicated to the theme: "The performativity of friendship".

We live in an increasingly fragmented and accelerated world. We lack the time to nurture deeper states of being and context. We are "friends" with everyone on social media, just as we hate many without knowing why. We witness unethical politicians using the word “friendship” as currency, while human relationships are being degraded by ever-intensifying capitalism.

Therefore, we propose to look again at friendship in its true essence—without the stability or security of a social contract, without the crystallization of a like, love, lol, or hate that we forget after five minutes.

Let’s speak of friendship as an act of resistance and care, a practice that occurs within the three-dimensionality of planetary presence, through time, and through cultivation. We refer to the performative aspect of friendship because it happens in the doing—in being together, in vulnerability, and in allowing exposure to the other—as defended by Catalan philosopher Marina Garcés.

Friendship deals with uncertainty, fragility, and risk, but also restores the idea of community. It is not a transaction, but—paraphrasing Bell Hooks—a radical practice of care, an ethics of being together, with others and their differences, with their vulnerabilities and our own conscious presence. It is a system of exchanging fluids and ideas without hierarchy. Friendship is performative because it is made and remade every day, with each choice, with the awareness, care, and respect needed to sustain it.

The performative power of friendship is a political act. It challenges individualism and shifts us toward the collective. When we embrace friendship as an ethical practice, we commit to others and resist a system that seeks to isolate us, to trap us in our fears. Friendship is, above all, an extension of our own freedom—it enables us to be vulnerable, to live in community, and to take risks in relationships with others, without needing to conform to predetermined patterns. It fosters improvisation and prepares us to welcome the unknown.

Today, the performativity of friendship is a practice of freedom, responsibility, and the creation of the common—one of the deepest acts of resistance and care for life.

Practical Information

Application Deadline:
May 31, 2025

Notification of Selected Applicants:
June 18, 2025

How to Apply:
Applicants must fill out the form available here.

ES Version

Application Conditions:
The application guidelines (available here) must be read before completing the form.

Registration Fee for Selected Participants:
€300 (includes access to all Laboratory workshops and festival performances + one meal per day during the entire Laboratory period).

Grants:
Linha de Fuga may offer grants to selected applicants when the need is well justified. Applicants must present their reasons for applying for a grant in the form.

Workshops

Antonio Tagliarini (IT)

A look at the creative act, between rigor and freedom

The starting point for these research days is inspired by some of the reflections of queer theorist Jack Halberstam on the concept of failure in his bThe Queer Art of Failure (Minimum Fax, 2022), which influenced the dramaturgical writing of La foresta trabocca.

How can improvisation practices generate dramaturgical material that, layered and juxtaposed, opens up new spatial and temporal dimensions? Between rigor and freedom, the material produced will circulate from one participant to another and then return to its origin, in a continuous process of transformation, expropriation, and deepening. Together, we will imagine a porous and inhabitable scene, where the inside informs the outside and vice versa.The starting point for these research days is inspired by some of the reflections of queer theorist Jack Halberstam on the concept of failure in his book The Queer Art of Failure (Minimum Fax, 2022), which influenced the dramaturgical writing of La foresta trabocca.

Author, director, and performer. His first love — and consequently, his training — was in contemporary dance and performance art, which deeply shape his relationship with stage creation. Only later did he begin to study and delve into the more strictly theatrical arts. He is the author and performer of numerous shows and performances, presented in various theatres and festivals in Italy and internationally. Among his most recent works are: La foresta trabocca (November 2024, Triennale Milano, Milan); Pairadaëza (November 2024, Danae Festival, Milan); Paesaggi condivisi, the Italian version of the performance by Sofia Dias and Vítor Roriz (June 2024, ZONA K and Piccolo Teatro, Milan); Un’andatura storta ed esuberante (May 2023, FOG Festival – Triennale Milano, Milan); a walk in a supermarket, co-created with the Rimini Protokoll collective (2021); Show (2007 / Be Festival Best Play Award 2014, Birmingham); Provisional title: untitled (2005); and Freezy (2003). For several years, he has been conducting masterclasses, workshops, and mentorship projects for artists, directors, and visual artists. Among the most recent are: dramaturgical mentoring for the play Estamos todos em perigo (2025) by Claudia Caldarano, and for the company that won the Biennale College Teatro award (2023, Biennale Teatro, Venice); a workshop on directing, theatre, and performance arts (2022–2023, Università Iuav, Venice); a workshop with third-year students (with Daria Deflorian, 2022, Accademia Nazionale d’Arte Drammatica Silvio d’Amico, Rome), which led to the performance Senza trama e senza finale (Spoleto Festival); a masterclass as part of the Biennale College Teatro (with Daria Deflorian, 2022); and teaching third-year students (also with Daria Deflorian, 2019–2020, Accademia Nazionale d’Arte Drammatica Silvio d’Amico, Rome).

Carolina Campos (BR/ES)

Accompaniment Practices

Carolina Campos dedicates part of her artistic practice to accompanying creative processes. This workshop will be built around this experience of listening, observing, and paying attention, and around the unique position of being able to “visit” the creative homes of artists from different generations, discourses, and approaches. We will trace two erratic and nonlinear lines: one related to the processes themselves, and the other to her perspective when she is “in the situation of accompaniment,” in order to reflect on the conditions necessary for works to exist.

Carolina Campos is Brazilian and lives in Barcelona. She develops her practice at the intersection of performance, dramaturgy, artistic accompaniment, curatorship, and pedagogy.In 2024, she published the book Interrogar el Acompañar with Impremta Oberta (L.I.O.). She was co-curator of PACAP5 at Fórum Dança. She leads workshops and mentorships at institutions such as Institut del Teatre, La Capella, and Fundació Brossa in Barcelona. She coordinates, participates in, and conducts research through pedagogical projects such as Projeto Z/Graner, COCO/La Poderosa, Matéria Leve, and Dar Corpo — a retrospective of João Fiadeiro at CCB.She accompanies artists such as Calixto Neto (BR/FR), Elena Carvajal (ES), Sara Manubens (ES), Amador Alina Folini (AR/PT), nyamnyam (ES), Joaquín Collado (ES), Volmir Cordeiro (BR/FR), Constanza Brnčić Monsegur (ES), Julian Pacómio (ES), and Adaline Anobile (SE), among others.Together with Márcia Lança, she created the pieces É Só Um Dia (2022), Outro Lado É Um Dia (2021), and Nome (2017). With João Fiadeiro, she created Ça Va Exploser (2020) and worked as assistant director on De Perto Uma Pedra (2018) and O Que Fazer Daqui Para Trás (2015).She has been an artist-in-residence at Graner (2022), La Escocesa (2021–2022), and La Caldera (2019). She is one of the closest collaborators in the development of Real Time Composition, a research practice initiated by João Fiadeiro in 2012. In Brazil, she was part of the Lia Rodrigues Companhia de Danças from 2008 to 2011. She completed the Independent Studies Program at the Museu d’Art Contemporani de Barcelona and is currently pursuing a Master’s in Artistic Production and Research at the University of Barcelona.

Jury

Catarina Saraiva (PT)

Curator, producer, and performing arts researcher

She is a curator, producer, and researcher in the field of performing arts. In 2009, after ten years as director of Alkantara (Lisbon), she became a nomadic curator for various projects, including El Ranchito – El Matadero in Spain, Festival Panorama in Brazil, and Movimiento Sur in Chile. After returning to Portugal in 2016, she curated the Verão Azul Festival until 2021.

In 2018, she founded Linha de Fuga—an international performing arts festival and creation laboratory—which has grown in its support for both national and international creation, and in training local artists and cultural professionals. She also works as an artistic advisor and dramaturgical support for artists and organizations across Europe and South America.

Claudia Ganquin (AR)
Choreographer and performer

Her work focuses on stage research, artistic consultancy, and interpretive training workshops. She collaborates with other choreographers and artists in creative processes. Since 2007, she has been active in choreographic creation and independent production through the platform GABINETE COREOGRÁFICO, promoting various dance experiences in dialogue with other artistic languages. Since 2016, she has co-coordinated the BICÉFALOS performative research cycle (www.bicefalos.ar) with visual artist Juan Gasparini. Since 2017, she has led Collaborative Research Processes in Dance, bringing together choreographers from the Patagonian region. She is a graduate of the Experimental School of Contemporary Dance (EEDC) and holds a postgraduate degree in Contemporary Trends in Dance from the National University of the Arts (UNA). She also has knowledge in film and architecture.

Masu Fajardo (ES)
Choreographer

She studied classical and contemporary dance in Tenerife and Barcelona (2002–2012). She began creating works in Tenerife with Nómada Company and later worked independently, winning the Canarian Young Performer Award (Masdanza), which allowed her to study at the SNDO in Amsterdam. From 2005 in Barcelona, she collaborated with Carmelo Salazar, Dominik Borouki, and in Strasbourg with Olga Mesa. With Konic Thtr Company, she performed in Mexico, Moscow, Morocco, France, Sicily, and New York. She was selected for Mugatxoan 2010 and held residencies at Hangar, La Poderosa, L’Estruch, TEA Tenerife, and Solar. Her works have been shown in the Canary Islands and internationally. She curated the SITIO Tenerife Festival (2015), directed Espacioenblanco (2016–2020), and programmed The Future is Late(r) (2018) and Otros cuerpos (2020–2022). She is currently co-curator of the 2025 program Por Asalto at TEA Tenerife. She is developing the piece Desmorir in residencies at Auditorio de Tenerife (2023), La Caldera (2024), Linha de Fuga (Coimbra), and La Poderosa (2025).

CANDIDATURAS ABERTAS :: LABORATÓRIO INTERNACIONAL DE CRIAÇÃO ARTÍSTICA
APPLICATIONS OPEN :: INTERNATIONAL LABORATORY OF ARTISTIC CREATION
Datas
Dates
1 a 31 de Mai 2025

-

Preço
Price
Duração
Duration
Faixa etária
Audience
Reservas
Tickets
Local
Venue
Bilhetes
Tickets
Eventos relacionados
Related events
No items found.
Documentação
Documentation

Créditos

Credits

Vários artistas
Vários artistas