Todos os perdedores são herdeiros daqueles que perderam antes deles. O fracasso gosta de companhia.
La foresta trabocca (A Floresta Transborda) - título retirado do mais recente romance da jovem escritora japonesa Maru Ayase - explora um fluxo somático, no qual o corpo se reorganiza e investiga outros modos de existência, até ao limiar da transformação. A dança, em íntima relação com o som ao vivo, expõe-se a possíveis interrupções, interferências, traições e acontecimentos inesperados: um hino ao corpsing*.
Como numa floresta, como num jogo, o corpo do intérprete move-se por tentativa e erro, reposicionando-se, avançando por fragmentos, reorganizando formas e pensamentos no gesto simples, mas subversivo, de atravessar e ser atravessado. A estrutura dramatúrgica da obra apoia-se nas reflexões do teórico queer Jack Halberstam sobre o conceito de fracasso, que nos guiam pelo mundo povoado de perdedores e oferecem uma nova visão, na qual perder-se, esquecer e ser esquecido, ser indisciplinado e improdutivo se revela como estratégias possíveis para existir no mundo.
Antonio Tagliarini questiona-se, aceita desvios e abre a discussão através de uma série de questões que também circulam entre o público e o intérprete, produzindo um ecossistema material e complexo de respostas e incontáveis interações.
Espetáculo em italiano, com legendas em português.
*Ato de um ator sair involuntariamente do personagem durante uma atuação, normalmente porque começa a rir ou demonstra divertimento num momento em que deveria permanecer sério.
All losers are heirs of those who lost before them. Failure loves company.
La foresta trabocca (The Forest Overflows) – a title taken from the most recent novel by young Japanese writer Maru Ayase – explores a somatic flow in which the body reorganises itself and investigates other modes of existence, right up to the threshold of transformation. Dance, in intimate relation with live sound, exposes itself to possible interruptions, interferences, betrayals and unexpected events: a hymn to corpsing*. Like in a forest, like in a game, the performer’s body moves through trial and error, repositioning itself, advancing in fragments, reorganising shapes and thoughts through the simple yet subversive gesture of crossing and being crossed.
The dramaturgical structure of the piece draws upon the reflections of queer theorist Jack Halberstam on the concept of failure, guiding us through a world populated by losers and offering a new vision, in which losing oneself, forgetting and being forgotten, being undisciplined and unproductive reveal themselves as possible strategies for existing in the world. Antonio Tagliarini questions himself, embraces deviations, and opens the discussion through a series of questions that also circulate between audience and performer, producing a material and complex ecosystem of responses and countless interactions.
Performance in Italian, with Portuguese subtitles
*The act of an actor unintentionally breaking character during a performance, usually by laughing or showing amusement when they are supposed to remain serious.
19h
Créditos
Projeto: Antonio Tagliarini
Interpretação: Antonio Tagliarini e Gaia Ginevra
Projeto sonoro: Gaia Ginevra Giorgi
Concepção e desenho de som: Emanuele Pontecorvo
Projecto luz: Elena Vastano
Direção técnica e adaptação de luz: Cosimo Ferrigolo
Figurinos: Matteo Brizio
Co-produção: INDEX, Triennale Milano Teatro, Ass. Cult. A.D.
Residências de criação: Triennale Milano Teatro; Spazio Matta; spazioK.Kinkaleri – Centro di Residenza Regionale
Apoios: Casa degli Artisti de Milano – centro de residência e produção
Pela INDEX: Valentina Bertolino, Francesco Di Stefano, Silvia Parlani
Subsidiado por: MiC – Ministero della Cultura
Credits
Project: Antonio Tagliarini
Performers: Antonio Tagliarini and Gaia Ginevra
Sound project: Gaia Ginevra Giorgi
Sound design and conception: Emanuele Pontecorvo
Lighting design: Elena Vastano
Technical direction and lighting adaptation: Cosimo Ferrigolo
Costumes: Matteo Brizio
Co-production: INDEX, Triennale Milano Teatro, Ass. Cult. A.D.
Creative residencies: Triennale Milano Teatro; Spazio Matta; spazioK.Kinkaleri – Centro di Residenza Regionale
Support: Casa degli Artisti, Milan – residency and production centre
For INDEX: Valentina Bertolino, Francesco Di Stefano, Silvia Parlani
Funded by: MiC – Ministero della Cultura
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