Esta edição do laboratório internacional de criação artística junta em Coimbra 12 artistas de Portugal, Espanha, Suécia, Brasil, Chile, que nos trazem projetos que pretendem discutir com a cidade, seus pares e outras áreas sociais e humanas distintas formas de pensar e enfrentar os medos pessoais e sociais que nos rodeiam. No mundo contemporâneo, marcado por desafios sociais, políticos e económicos, enfrentar os medos tornou-se uma tarefa essencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, um passo crucial em direção à transformação social. A necessidade de uma análise crítica da nossa sociedade e das suas estruturas de poder é essencial enquanto indivíduos, e acreditamos que só através de resistência coletiva conseguimos uma resposta eficaz às formas de dominação. E também acreditamos que a arte pode desafiar as normas sociais e criar espaços de resistência e transformação. De acordo com a teórica Bojana Kunst, ao expressar os nossos medos e preocupações por meio da arte, podemos criar um espaço para confrontar e superar essas emoções, ao mesmo tempo que construímos solidariedade e conexão com os outros.Neste laboratório desafiamos os artistas participantes a reconhecer e confrontar medos, mas também a criar um espaço para a transformação pessoal e social, usando a arte como um canal para gerar empoderamento e solidariedade e possibilitando a construção de um mundo mais compassivo e resiliente. Throughout the month of November, Linha de Fuga presents a program of shows, performances, conversations, and workshops that propose “Facing Fears” as a way to achieve a more harmonious and just society. After a pandemic that confined us to our homes, with a real fear of death, society is now facing its hangover, in a constant suspension of the future and a global anxiety crisis, with real fears: social and economic precariousness, climate crises, wars, fascism...
O laboratório foi concebido como espaço de criação mas também de troca, pensado como uma Zona Autónoma Temporária, segundo o conceito de Hakim Bey, com momentos de trabalho coletivo e períodos de trabalho pessoal. Esta metodologia permite, por um lado, o desenvolvimento de processos pessoais de criação e investigação, acompanhados por
Gustavo Ciríaco, artista convidado para acompanhar e questionar individualmente os artistas e projetos seleccionados; mas também aproveitar a presença de outros artistas do festival para conversas individuais, assim como promover a interação com os seus pares.